Com cenas que lembram a queda do regime de Saddam Hussein no Iraque, há 20 anos, grupos rebeldes de sírios tomaram o poder e passearam pelos palácios do, agora, ex-presidente Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia.

Os rebeldes sírios tomaram o controle da capital Damasco no domingo, forçando Assad a fugir, encerrando assim décadas de governo da sua família, após mais de 13 anos de guerra civil.

A Síria era comandada pela família Assad desde 1971, mas vivia em guerra civil desde 2011, quando os grupos rebeldes que hoje tomaram o poder começaram uma revolta contra a corrupção e o regime ditatorial. De lá para cá, mais de seis milhões de sírios saíram do país e 500 mil mortes foram registadas.

A oposição já propôs um período de transição de 18 meses para estabelecer “um ambiente seguro, neutro e tranquilo” que resultará em eleições livres, disse Hadi Al-Bahra, principal chefe da oposição. Uma nova constituição será entregue em 6 meses.

Apesar de não ser considerada uma potência em termos de recursos naturais, a Síria tem uma posição muito estratégica para o transporte dos recursos energéticos para a Europa e concentra diversas facções terroristas da região.

O país é uma das civilizações mais antigas do mundo, situada no coração do Médio Oriente, já que faz fronteira com países-chave, como Turquia, Iraque, Jordânia, Líbano e Israel, além de ter proximidade com o Mediterrâneo.

Não é por acaso que Rússia, China e Estados Unidos sempre tiveram influência na região, com o lado socialista a apoiar o regime de Assad, enquanto os EUA sempre apoiaram os opositores do regime.