Em Angola as elites políticas e económicas posicionam-se contra o governo, por isso, o país está a enfrentar períodos de instabilidade e reconfiguração política. Recentemente, analistas têm alertado para a necessidade de diálogo entre as forças políticas, especialmente após protestos em Moçambique que serviram de alerta para Angola. A falta de consenso sobre processos eleitorais e a composição da Comissão Nacional Eleitoral tem sido um dos pontos de tensão entre o partido no poder e a oposição.

A legitimidade do governo angolano também tem sido questionada à medida que a população exige maior representatividade e responsabilidade dos governantes. A retirada progressiva dos subsídios aos combustíveis e a necessidade de diversificação económica estão a mudar a dinâmica política, aproximando o poder da sociedade civil. Com uma população jovem e cada vez mais distante dos fundamentos históricos do poder, há uma crescente pressão por reformas e maior participação democrática.

A corrupção continua a ser um fator determinante na relação entre as elites e o governo. O desvio de recursos públicos e a falta de transparência nos contratos têm gerado desconfiança e dificultado o desenvolvimento sustentável do país. A apropriação indevida de bens do Estado compromete serviços essenciais como saúde e educação, afetando diretamente a população mais vulnerável. Para combater essa realidade, especialistas defendem o fortalecimento dos mecanismos de fiscalização e responsabilização.

Diante desse cenário, o futuro político de Angola dependerá da capacidade das elites e do governo de estabelecer um diálogo produtivo e de promover reformas estruturais. A crescente exigência por transparência e participação popular pode redefinir a legitimidade do poder e influenciar as eleições futuras. A busca por um modelo de governança mais inclusivo será essencial para garantir estabilidade e progresso no país.