Depois de a UNITA não ter conseguido levar a sua avante de destituição do Presidente da República João Lourenço, através de uma votação na Assembleia Nacional, poderíamos pensar eventualmente (embora não sejamos ingénuos), que as hostes de um e outro lado iriam serenar num curto prazo, todavia, o mote da chefia do Galo Negro tem sido a de confronto e de intitular tudo o que tem sido decidido, de inconstitucional e ilegal.

Exemplo disso, foi o prazo dado de oito dias à Presidente do Parlamento Carolina Cerqueira de se retratar da decisão tomada de não dar procedimento ao impeachment do Presidente angolano. “Nenhum ator político deve agir fora da lei e se não houver a reparação deste dano, vamos levar à responsabilização a senhora presidente da Assembleia Nacional porque foi ela quem dirigiu o ato ilegal, vamos agir neste sentido”, defendeu Liberty Chiyaka, Presidente do grupo parlamentar da UNITA. O prazo dado pela UNITA a Carolina Cerqueira termina hoje, dia 26.

Do outro lado, no MPLA, a convicção é outra. O seu porta-voz, Rui Falcão veio a terreiro dizer que o processo de impugnação é um assunto morto e que a UNITA está apenas a perder o seu tempo. “A UNITA pode fazer o que entender, mas como é seu hábito não ler os documentos fundamentais e agir com emoção, nós vamos continuar a esperar pelos próximos capítulos, mas nós não temos nada a ver com isso”, esclareceu o porta-voz.

As opiniões de alguns juristas que têm sido interpelados sobre o assunto têm sido diversas, contudo tudo leva a crer que o partido do governo e João Lourenço, por enquanto, e ao contrário do que acontece com outras matérias, não têm grandes motivos para estarem melindrados.