A CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), bloco regional da África Ocidental, lançou um ultimato de uma semana à junta militar que tomou o poder no Níger para que o país regresse à normalidade constitucional.

Milhares de apoiantes da junta militar reagiram, saindo para as ruas da capital, Niamey, agitando bandeiras russas e denunciando a antiga potência colonial, a França.

“Gostaria de dizer à União Europeia, à União Africana e à CEDEAO que não se metam nos nossos assuntos”, pediu Omar Baomoussa, um residente de Niamey.

Num comunicado publicado após a reunião de emergência, realizada em Abuja, na Nigéria, o bloco regional não exclui o uso da força.

O porta-voz dos golpistas do Níger, o coronel Major Amadou Abdramane, respondeu com firmeza: “O objetivo desta reunião é acordar um plano de agressão contra o Níger através de uma intervenção militar iminente em Niamey, em colaboração com nações africanas não membros da organização e com alguns países ocidentais. Recordamos mais uma vez à CEDEAO a nossa firme determinação em defender o nosso país”, afirmou.

Os amotinados afirmaram que derrubaram o Presidente Mohamed Bazoum, eleito há dois anos na primeira transferência pacífica e democrática de poder no Níger desde a independência de França, porque não foi capaz de proteger a nação da crescente violência jihadista.