O Níger, o Mali e o Burkina Faso, países da África Ocidental liderados por uma junta, retiraram-se formalmente da CEDEAO.

Esta decisão foi o culminar de um processo de um ano durante o qual o bloco regional tentou evitar a sua saída. Numa declaração, a CEDEAO afirmou que as suas portas permaneciam abertas caso algum dos três países decidisse regressar.

A CEDEAO pediu aos países membros que continuassem a conceder-lhes os privilégios de membros, incluindo a livre circulação na região com um passaporte da CEDEAO. Os funcionários também pediram aos membros para tratarem os bens e serviços provenientes dos três países em conformidade com os regulamentos da CEDEAO.

Considerado como a principal autoridade política e regional da África Ocidental, o bloco de 15 nações foi formado em 1975 para “promover a integração económica” na região.

Contudo, os analistas dizem que, nos últimos anos, a CEDEAO perdeu o seu apoio entre as populações de algumas partes da África Ocidental. Para eles, o bloco representa apenas os interesses dos líderes e não os das massas.

No ano passado, o Níger, o Mali e o Burkina Faso formaram a Aliança dos Estados do Sahel, numa altura em que as afinidades políticas na região se alteraram.

As suas relações com a CEDEAO têm sido tensas depois dos golpes militares ocorridos no Mali em 2020, no Burkina Faso em 2022 e no Níger em julho passado.

O bloco condenou os três golpes, suspendeu a sua adesão e pressionou-os a restabelecer o regime civil.

Mas os líderes militares não cumpriram as suas obrigações, expulsaram as tropas francesas estacionadas nos seus países e pediram ajuda à Rússia para combater os jihadistas que estão a insurgir-se na região.

É a primeira vez, desde a formação da CEDEAO, que os membros se retiram, o que é visto como um golpe sem precedentes para o grupo.

Alguns analistas dizem que a saída dos três países pode ameaçar os esforços de regresso à democracia e a estabilização da região, que é cada vez mais frágil.