A economia (ou falta dela) é o principal problema de Angola. Contudo, parece que os líderes nos seus discursos se esquecem disso. No sábado passado, Adalberto da Costa Júnior nem falou no tema em Cabinda, enquanto João Lourenço abordou a necessidade de desenvolvimento, mas não apresentou um programa de reformas económicas, que é tão necessário.
Aparentemente, para Lourenço, reformar a economia é mudar de ministros e nomes de ministérios. Na verdade, isso não interessa para nada. Os ministros da área económica têm-se demonstrado incompetentes ou sem poderes para fazer reformas estruturais, portanto, é indiferente que o ministro seja o Manuel, o José, ou a girafa do Zoológico. Nenhum deles faz nada.
A realidade, é que Angola para crescer precisa de investimento, que não tem, precisa de consumo interno, que não tem. A função do Estado é promover o investimento, seja público ou privado, e o consumo interno (e não em Portugal).
Nesse aspecto, tem falhado redondamente, como tem falhado no combate à subida de preços (inflação).
Aliás, estamos convencidos que será a constante inflação que no final derrubará o governo, pois haverá um momento em que as pessoas não aguentarão mais a subida constante de preços sem subida dos salários, e aí, perdido por cem, perdido por mil.
A inflação pode derrubar governos, em primeiro lugar, porque reduz o poder de compra das pessoas, que passam a ter dificuldades para comprar alimentos, combustíveis, medicamentos e outros itens essenciais. Isso gera descontentamento, protestos e até revoltas sociais contra o governo, que é visto como incapaz de controlar a situação económica. A inflação também afecta negativamente o crescimento económico, pois desestimula o investimento, o consumo e a poupança.
A inflação leva a uma perda de credibilidade do governo, tanto interna quanto externamente. Internamente, o governo pode ter dificuldades para financiar os seus gastos públicos, pois os credores exigem juros mais altos para emprestar dinheiro. Externamente, o governo pode enfrentar uma desvalorização da moeda nacional, uma fuga de capitais e uma deterioração das relações comerciais e diplomáticas com outros países.
Igualmente, a inflação pode provocar conflitos políticos e sociais, pois afeta de forma desigual os diferentes grupos da sociedade. Por exemplo, os trabalhadores podem reivindicar aumentos salariais para compensar a perda de poder de compra, enquanto os empresários podem resistir a conceder esses aumentos para preservar seus lucros. Isso pode gerar greves, paralisações, violência e até rupturas institucionais.
Portanto, a inflação é um fenómeno que pode comprometer a estabilidade e o desenvolvimento do país, e no caso de Angola, pode, efectivamente, derrubar o governo.