Depois do FMI ter feito uma avaliação bastante dura sobre o atual estado da economia angolana e de ter aconselhado uma política monetária bem mais rigorosa, em virtude da desvalorização cambial e a pressão inflacionária verificada sobretudo no primeiro semestre deste ano, eis que o Banco Mundial (BM) aparece com uma análise um pouco mais otimista. O BM estima um crescimento superior ao previsto pelo FMI para 2023, apontando para 1,3% contra os 0,9% do Fundo Monetário Internacional.

Na análise feita pelo BM que se estende aos países da África Subsaariana, os principais problemas identificados derivam da instabilidade ligada à violência social crescente e os conflitos que têm fustigado o continente. Angola não é colocado no “olho do furacão” das principais crises de África, havendo uma certa complacência com o país. Neste estudo levado a cabo pelo Banco, a maior disfunção do continente é o congelamento do PIB per capita desde 2015, prevendo mesmo que até 2025 suba apenas 0,1%.

Prova que o BM está mais otimista em relação a Angola foi o anúncio feito pelo diretor regional do BM para o Crescimento Equitativo, Finanças e Instituições, Hassan Zaman, do financiamento de USD 300 milhões para o corredor do Lobito. O BM disponibilizará este montante para financiar a construção de infra-estruturas de apoio à produção ao longo do Corredor do Lobito.

Segundo o diretor, este financiamento enquadra-se no empenho do BM em apoiar as ações estratégicas do Governo angolano nos vários domínios, com o intuito de fortalecer e diversificar a economia de Angola. A verba disponibilizada será gerida pelo Governo através do projeto “Diversifica Mais”, a ser implementado a partir de 2024. De acordo com o Ministro da Economia e Planeamento Mário Caetano João, este projeto surgiu devido à interação entre o Governo e o BM, adequando-se à realidade e necessidade do país, com vantagens para ambas partes