Uma nova sondagem revela que a maioria dos americanos se opõe agora a que o Congresso envie mais ajuda à Ucrânia. Em meados de julho, os EUA tinham enviado ao país cerca de 75 mil milhões de dólares em ajuda.

A sondagem da CNN/SSRS revelou que uma estreita maioria – 55% dos americanos – se opõe a que o Congresso envie mais dinheiro para a Ucrânia e que metade dos americanos pensa que os EUA já “fizeram o suficiente” para ajudar o país a defender-se da agressão russa. Em comparação, nos dias que se seguiram à invasão russa de fevereiro de 2022, quase dois terços dos americanos eram favoráveis a uma maior ajuda à Ucrânia.

A divisão quase 50-50 nas respostas acaba por cair quando analisamos as linhas partidárias, com cerca de 60% dos republicanos vendo o apoio dos EUA como suficiente, enquanto um número semelhante de democratas acredita que Washington ainda deve fazer mais. A maioria dos independentes tende para a opinião dos republicanos.

Ainda assim, quando questionados separadamente sobre o tipo de assistência que os Estados Unidos deveriam prestar à Ucrânia, dois terços dos americanos preferem o apoio dos serviços secretos e uma pequena maioria prefere o treino das tropas ucranianas. Apenas 43% apoiam o fornecimento de mais armas a Kiev.

Estes números, juntamente com os relatos sombrios da contraofensiva ucraniana, podem complicar a capacidade do Presidente Joe Biden para pressionar o Congresso a aprovar mais ajuda, especialmente porque a sondagem também indicou que 53% dos americanos desaprovam a forma como Biden tem lidado com a guerra.

Entretanto, do lado republicano, muitos candidatos à presidência de 2024 estão a fazer campanha contra o apoio dos EUA à Ucrânia. Na Cimeira da Liderança Familiar – um importante evento da campanha republicana – Tucker Carlson presidiu a um debate sobre as opiniões dos candidatos sobre a guerra, revelando a forte divisão entre os republicanos mais agressivos, como Mike Pence, que acreditam que é dever dos EUA apoiar a Ucrânia, e os candidatos que estão mais preocupados com questões internas do que com o financiamento de uma guerra no estrangeiro.

Ambos os principais candidatos – o ex-presidente Donald Trump e o governador da Flórida, Ron DeSantis – criticaram a quantidade de ajuda que os EUA estão a dar à Ucrânia, sendo muito provável que esta se torne a posição do Partido Republicano nas eleições de 2024 – e que a Ucrânia possa perder um dos seus maiores apoiantes se o Partido Republicano conquistar a Casa Branca.

A curto prazo, Biden está a ser apoiado pelo forte apoio democrata à guerra e não está a enfrentar pressões do seu partido para mudar de rumo. Mas esta sondagem sugere que a ajuda à Ucrânia poderá tornar-se uma questão cada vez mais controversa no Congresso.