Isso mesmo pode-se constatar através de um relatório em que as Nações Unidas destaca a necessidade de maior investimento público e privado em Angola para combater a pobreza e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O país enfrenta desafios significativos, com estatísticas do Instituto Nacional de Estatística de 2020 indicando que 48,9% da população angolana vive na pobreza multidimensional. Estima-se que esse número possa aumentar nos próximos anos.
O projeto dos ODS inclui 17 metas, abrangendo desde a erradicação da pobreza e da fome até questões de igualdade de género, educação, saúde, energia, clima, vida marinha e parcerias para implementação dos objetivos. As autoridades angolanas são esperadas para apresentar um relatório nacional voluntário sobre o progresso em relação a essas metas num Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável em 2025.
Zahira Virani, coordenadora residente da ONU em Angola, enfatizou a necessidade de compromisso com investimentos significativos – tanto públicos quanto privados – para alcançar uma transformação socioeconómica inclusiva e sustentável, com o objetivo de não deixar ninguém para trás. Ela destacou a importância de abordar temas como as privações em habitação, eletricidade e registo civil, especialmente em áreas rurais, onde a taxa de pobreza multidimensional é significativamente alta.
Além disso, um relatório da Universidade Católica de Angola alertou para a possibilidade de que 17 milhões de pessoas estejam a viver na pobreza no país até 2025, representando um aumento significativo em relação às estatísticas atuais. Isso reflete um padrão contínuo de aumento na taxa de pobreza, atribuído a má gestão dos recursos naturais, corrupção, desigualdades de rendimento, falta de investimento em serviços essenciais e excessiva dependência do petróleo.