Angola mantém-se no grupo dos “países não livres” no mais recente relatório “Liberdade no Mundo 2025” da Freedom House, organização que avalia a democracia e os direitos humanos a nível global. O país obteve apenas 28 pontos em 100, tornando-se no único lusófono africano nesta categoria.

A avaliação destaca que, apesar das promessas de reformas e do combate à corrupção iniciado pelo Presidente João Lourenço desde 2017, persistem desafios significativos em matéria de governação e direitos humanos. O relatório sublinha que Angola continua a ser governada pelo mesmo partido desde a independência e que as autoridades têm reprimido sistematicamente a dissidência política, limitando o espaço para o pluralismo democrático.

A Freedom House reconhece alguns avanços, como o alívio de restrições à imprensa e à sociedade civil, mas alerta para a manutenção de práticas repressivas que dificultam o exercício pleno das liberdades civis. A falta de independência do sistema judicial e o controlo estatal sobre os meios de comunicação são fatores que continuam a comprometer a transparência e a participação política no país.

A situação angolana contrasta com a de outros países lusófonos em África, como Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, ambos classificados como “países livres”. Cabo Verde destaca-se como a democracia mais sólida da região, com 92 pontos em 100, enquanto São Tomé e Príncipe mantém uma pontuação elevada, apesar dos desafios relacionados com a corrupção e a funcionalidade do sistema judicial.

A classificação de Angola como “não livre” reflete a necessidade urgente de reformas estruturais para garantir maior liberdade política e respeito pelos direitos humanos. Sem mudanças substanciais, o país continuará a enfrentar as críticas do costume.