Tendo como base o Índice Global de Cibersegurança (GCI) produzido pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), constatamos que a situação da cibersegurança em Angola ainda é bastante insegura. O país encontra-se apenas um nível acima do pior desempenho neste índice, demonstrando sérios desafios em áreas técnicas, organizacionais e de desenvolvimento de capacidades.

O GCI mede o compromisso de 194 países em relação à preparação contra ataques cibernéticos, numa escala de 0 a 100. Angola obteve 39,5 pontos dos 100 possíveis na classificação geral, um avanço em relação aos 13 pontos obtidos em 2020-2021. Essa evolução ficou restrita principalmente ao progresso nas leis (pilar jurídico) e na cooperação com outros países.

No entanto, Angola ainda apresenta uma pontuação muito negativa nos pilares técnico, organizacional e de desenvolvimento de capacidades. O pilar técnico envolve a capacidade de resposta rápida a incidentes, assim como a existência de agências locais para o sector. O organizacional refere-se à estratégia nacional de cibersegurança, que ainda não saiu do papel. Já o de desenvolvimento de capacidades está relacionado à qualidade técnica dos recursos humanos e à consciencialização da população sobre as TICs.

Atualmente, Angola possui poucos quadros no sector de segurança da informação com certificações internacionais, o que naturalmente afeta os índices de desempenho.