As projeções da taxa de inflação em Angola feitas pelo Banco Millennium Atlântico (BMA) e pelo Banco Nacional de Angola (BNA), não são tão animadoras quanto aquelas delineadas pelo Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025.
De acordo com a análise do BMA, a taxa de inflação em Angola deverá atingir 26,89% até dezembro de 2024, assumindo uma variação mensal de 1,75% nos últimos dois meses do ano. Em outubro de 2024, a taxa de inflação anual em Angola situou-se em 29,17%, marcando o terceiro mês consecutivo de desaceleração da taxa de inflação.
O BMA atribui o ritmo mais lento dos aumentos de preços, especialmente nos últimos meses, como um fator crucial na gestão menos intensa da política monetária restritiva. O banco também destaca que a categoria “alimentos e bebidas não alcoólicas” foi a principal contribuinte para o aumento geral dos preços, seguida por “bens e serviços diversos”, “saúde” e “vestuário e calçados”.
Por seu lado o OGE 2025 sugere que a taxa de inflação em 2024 pode terminar o ano em 23,4% e cair ainda mais para 16,6% em 2025. O BMA acredita que esta desaceleração esperada na taxa de inflação reflete o aumento da produção não petrolífera, já que a proposta do OGE 2025 prevê um crescimento de 5,15%, superior aos 4,62% registados no OGE 2024.
Contudo, existemriscos que podem dificultar a desaceleração da inflação em Angola, como a aceleração da depreciação cambial, a reversão da tendência de desaceleração da inflação global e a interrupção das cadeias de suprimentos internacionais.
Já o BNA reviu a sua projeção de inflação para 2024 para cima, de 24,3% para 27,0%, citando fatores como a irregularidade no fornecimento de bens, a eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis e o aumento persistente dos preços no sector da saúde.
