Muito provavelmente, o cidadão comum sabe responder a esta pergunta. Se respondeu comida e saúde, acertou! Desde o início de 2020, verificamos um aumento significativo dos preços nos sectores de saúde e alimentação. De acordo com os dados do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esses dois sectores registaram altas de preços superiores a 100% no período analisado.

O sector da saúde lidera esse aumento, com uma elevação de 120,9% nos preços desde janeiro de 2020 até novembro deste ano. Este fenómeno é atribuído principalmente aos custos com medicamentos importados, uma vez que Angola não possui uma indústria farmacêutica robusta capaz de atender às necessidades do mercado. Além disso, os preços das consultas em clínicas privadas também têm aumentado constantemente. Esse panorama agrava-se pela desvalorização do kwanza face ao dólar, que atingiu 48% nesse período.

No sector da alimentação, os preços subiram 112,0% nos últimos cinco anos. Já o vestuário registou uma alta de 110,1%. Estas subidas de preços são justificadas pela limitada oferta interna e a constante procura por bens e serviços diversos.

A dinâmica da economia e as restrições na oferta de serviços públicos de saúde, faz com que os serviços privados acabem por ser a alternativa para muitos angolanos. Não podemos ignorar também que num país onde a alimentação precária é uma constante, torna as pessoas mais vulneráveis a doenças, obrigando-as a recorrer constantemente aos serviços de saúde.