A discussão política que se assiste no país é confrangedora e não augura nada de bom para o futuro.

Temos a UNITA, a esperança daqueles que acreditavam numa alternância democrática saudável, demasiado errante e presa à derrota das eleições de 2022. O partido não quer assumir a derrota, que aliás foi extremamente honrosa, e em vez de a partir do excelente resultado do ano passado, construir uma alternativa forte ao governo, tem-se perdido a criar casos, que só reforçam o adversário. A UNITA devia estar a convocar as forças vivas de Angola para ouvir os seus contributos de mudança do país, auscultar, pensar e propor. Deveria assumir um protagonismo quotidiano na Assembleia Nacional. Não o está a fazer suficientemente.

Falar do MPLA é falar de algo que não existe. O MPLA deixou de pensar, apenas respira para que os seus dirigentes se apropriem do pouco oxigénio que existe. É um partido moribundo. Dá ideia que travou João Lourenço no seu ímpeto reformista ou talvez não. A realidade é que não sabemos o que faz actualmente o MPLA.

É por estas razões que defendemos que os dois partidos do sistema devem ser refundados, surgir algo de diferente, mais preocupado com a população, sem o peso histórico negativo do passado, sem a “bagagem” de lutas fratricidas. Os novos partidos que se pretendem devem ser abertos ao povo, à juventude, à imensidão de jovens que estão a sair das universidades, aos trabalhadores e aos desempregados.

É fundamental destruir para criar algo de novo e que corresponda aos anseios do povo e de uma Angola moderna e próspera.