Ao assumir a presidência rotativa da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), Angola vai enfrentar um sem número de desafios. Isso mesmo foi destacado pelo Presidente da República, João Lourenço no discurso de tomada de posse como Presidente da organização.
Sob o tema “Capital humano e financeiro: Os principais motores da industrialização sustentável da região da SADC”, a 43ª cimeira da SADC foi dirigida por JLo, que desde logo abordou o principal desafio. E o principal passa pela formação e capacitação técnico-profissional da juventude. Só assim, e não com mais graduações universitárias teremos mais jovens capacitados para os empregos do futuro ligados à 4ª revolução industrial e a digitalização das economias.
Tal como acontece com a economia angolana, a SADC necessita de apostar na diversificação das fontes de financiamento, para concretizar projectos e programas a nível regional, e desta forma não depender tanto de ajuda externa.
O Presidente angolano exortou os restantes Estados-membros a acelerar a aprovação e ratificação do Acordo sobre a Operacionalização do Fundo de Desenvolvimento Regional da SADC, ferramenta essencial para desenvolver o programa de Industrialização regional, e um dos alicerces da Agenda de Integração Regional da organização.
Uma vez que a industrialização está na base desta nova etapa da SADC, é fundamental também apostar-se na eletrificação, ampliar e interligar as redes rodoviárias e ferroviárias entre os países, ou seja as infra-estruturas da região precisam de melhorar, para assim existir uma verdadeira integração regional.
No caso de Angola JLo deu alguns exemplos, como o Corredor do Lobito, o cabo de fibra que liga o país à RDC e à Zâmbia, o satélite angolano de comunicações ANGOSAT II e refinaria de petróleo do Lobito que vai permitir uma maior oferta de produtos refinados para a região.
Ao nível da segurança, são vários os desafios a enfrentar. Como não poderia deixar de ser destacou o conflito que prevalece no leste da RDC. A SADC já aprovou o envio de uma força regional visando restaurar a paz e segurança no território.
Na região de Cabo Delgado em Moçambique, o Presidente angolano referiu que, apesar dos progressos alcançados, o terrorismo e violência extrema permanecem, por isso, a missão da SADC foi prolongada por mais um ano.
Os processos eleitorais e a consolidação da democracia, foi um outro tema abordado no discurso de JLo, advogando em nome da SADC “uma região que seja cada vez mais participativa e inclusiva e que contribua para a promoção de uma cultura de paz e de respeito pelos princípios democráticos”.
Por último, o estadista não esqueceu de lembrar que, apesar do ambiente internacional desfavorável, a África austral não deve descurar as políticas que tenham como finalidade o aumento de produção agrícola, para se conseguir alcançar a autossuficiência alimentar.