Começámos por apoiar as viagens do Presidente da República, João Lourenço.
Anteriormente, José Eduardo dos Santos tinha-se fechado numa redoma de telenovelas e futebol e nem ministros recebia, quanto mais viagens ao estrangeiro. Angola era um país desconhecido ou equiparado a uma selva perigosa.
Com João Lourenço, efectivamente, tudo mudou. Angola passou a ocupar um lugar relevante na cena africana e mundial. Isso é bom e deriva em parte das viagens.
Contudo, tudo o que é demais é erro. E agora parece demais. A presente viagem à Suíça para falar na Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde não passa dum acto protocolar que nada vai adiantar, nem sequer para os problemas de saúde em Angola.
Este acumular de viagens levanta um problema fundamental na governação de Angola. O país não tem uma máquina administrativa oleada e eficiente como a Noruega ou a Finlândia, o país não tem uma Constituição descentralizada como a Alemanha.
Não, em Angola tudo depende do Presidente. O Presidente tem de ordenar, verificar que as ordens são cumpridas e depois avaliar o que foi feito. Tem muito mais trabalho que qualquer outro Presidente.
Portanto, fica a pergunta, como é que João Lourenço consegue governar e dar atenção ao país estando tanto tempo fora?