Bill Gates disse que ficou «horrorizado» com os cortes nos programas de ajuda humanitária global feitos pelo governo Trump nos EUA e que vai pressionar a Casa Branca e o Congresso para ajudar a restaurar alguns dos programas cortados. Numa entrevista, Gates avisou que os cortes provavelmente vão custar vidas em algumas das regiões mais vulneráveis do mundo.

O filantropo bilionário anunciou que agora planeia doar «praticamente» toda a sua fortuna nos próximos 20 anos e encerrar a fundação em 2045. Gates estimou que doará cerca de 200 mil milhões de dólares através da fundação nesse período — ou o dobro do valor doado desde que a fundação foi criada, quando ele teve um apoio significativo do também bilionário Warren Buffett.

«Ainda estou bastante otimista sobre o que podemos fazer nos próximos 20 anos, embora esteja horrorizado com a situação em que nos encontramos com estas reduções na ajuda», disse Gates, referindo-se tanto aos cortes de dezenas de milhares de milhões de dólares na ajuda externa dos EUA como ao aperto orçamental dos países europeus ricos. Como parte dos cortes, a administração Trump está a encerrar a USAID, a principal organização de ajuda ao desenvolvimento do governo.

Gates disse que a sua decisão de acelerar a doação da sua fortuna não estava relacionada com os cortes e observou que era improvável que mesmo a Fundação Gates, que tinha um fundo de 77 mil milhões de dólares no final de 2023, pudesse replicar o papel da USAID.

«Os cortes na USAID são maiores do que o que a Fundação Gates é capaz de fornecer. Estou ansioso pelo dia em que recuperaremos esses números da USAID», comentou.