Isaías Samakuva, antigo presidente da UNITA, lançou duras críticas ao regime angolano, afirmando que o país vive apenas uma “paz militar”, marcada pela exclusão, pobreza e desigualdade. “As armas calaram-se, mas os cidadãos continuam a sofrer”, declarou numa palestra em Luanda, apontando que a reconciliação nacional é ainda uma miragem.

Para Samakuva, 23 anos após o fim da guerra e a caminho dos 50 anos de independência, Angola continua mergulhada em tensões políticas e sociais que impedem o bem-estar da população. “Temos pessoas que não sabem o que vão comer amanhã. Isto não é paz, é sobrevivência”, criticou.

O líder da Fundação Jonas Savimbi acusou ainda o governo de perpetuar divisões, onde os cidadãos são discriminados com base na filiação partidária. Reforçou que a verdadeira paz exige justiça social, respeito pelos direitos humanos e inclusão. As suas declarações evidenciam uma crítica direta ao governo, acusando-o de falhar na promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Apelando a uma mudança profunda, Samakuva desafiou o meio académico a romper o silêncio e a confrontar os fracassos da governação com coragem e frontalidade.