Os preços dos produtos alimentares no mercado formal registaram um aumento significativo de 41% em Fevereiro de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. A escalada dos preços nos hipermercados contrasta fortemente com a evolução do mercado informal, onde a variação homóloga foi de apenas 1%.

De acordo com levantamentos realizados nos hipermercados Kero, Candando e Maxi, a subida de preços no mercado formal deve-se sobretudo à dependência de produtos importados e à dificuldade de acesso a divisas, o que tem pressionado os custos. Entre os produtos que mais encareceram, destaca-se o leite Nido, com um aumento de 65%, e a manteiga Mimosa, que subiu 31%. Em contrapartida, produtos como o açúcar e o feijão preto registaram uma ligeira redução de preço.

A tendência de aumento no mercado formal também se verifica numa análise de curto prazo. Entre Dezembro de 2024 e Fevereiro de 2025, os preços cresceram, em média, 7%. A pressão inflacionista tem levado as grandes superfícies a repassar os custos adicionais aos consumidores, refletindo-se diretamente no poder de compra das famílias angolanas.

Por outro lado, no mercado informal, os preços mantêm-se mais estáveis e até registaram uma ligeira tendência de descida. Apesar disso, verifica-se um fenómeno de redução das quantidades vendidas por unidade de medida, uma estratégia para disfarçar a subida real dos custos.

O aumento expressivo dos preços no mercado formal continua a levantar preocupações sobre a acessibilidade dos produtos essenciais. É urgente a adoção de medidas para conter a inflação e mitigar os impactos na população.