O Relatório de Riscos Globais 2025, elaborado pelo Fórum Económico Mundial, destacou a pobreza, recessão económica, inflação, desemprego e dívida pública como os principais riscos para o desenvolvimento económico e social de Angola. Estes desafios não são novos no contexto angolano, mas a persistência destes problemas ao longo das últimas décadas revela falhas estruturais na implementação de políticas públicas eficazes.
Apesar das recentes iniciativas do Presidente João Lourenço, que tem assinado acordos internacionais na tentativa de atrair investimento estrangeiro, o elevado risco económico continua a afastar investidores sérios, limitando as oportunidades de crescimento sustentado.
Um dos principais entraves ao desenvolvimento de Angola é o impacto prolongado da recessão económica, que, juntamente com a inflação galopante, tem empurrado milhões de cidadãos para a pobreza extrema. O Banco Mundial estima que 11,6 milhões de angolanos vivam nesta situação, o que representa um aumento alarmante de 82% em apenas oito anos. Este cenário reflete a dificuldade do país em traduzir o seu potencial económico, especialmente no sector petrolífero, em melhorias reais na qualidade de vida da população.
No plano internacional, o relatório aponta que os conflitos armados, as mudanças climáticas e os confrontos geoeconómicos aumentam a incerteza global, afetando também economias frágeis como a de Angola. Para mitigar esses riscos, é essencial uma maior colaboração entre o governo, empresas e sociedade civil, aliada a uma aposta sólida na inclusão social, transparência e desenvolvimento do capital humano.
Sem uma mudança de paradigma, o país corre o risco de continuar num ciclo vicioso de pobreza e instabilidade, num mundo cada vez mais volátil e competitivo.