O surto de cólera está a espalhar-se rapidamente, tendo já ultrapassado os bairros periféricos inicialmente afectados. A doença foi confirmada em vários locais nas províncias de Luanda, Icolo e Bengo.
Há um número alarmante de vítimas mortais devido à cólera. A meio da semana que agora termina, os dados indicavam um total de 383 casos de cólera, com pacientes entre os 2 e os 73 anos, sendo 49% do sexo masculino e 51% do sexo feminino. A maioria dos óbitos, ocorreram em Cacuaco e Viana (Luanda), seguido por Dande e Panguila (Bengo).
A deficiência no fornecimento de água potável devido a uma falha nos sistemas de tratamento e distribuição está a impactar várias áreas em Luanda e Icolo e Bengo. A EPAL está mobilizada para resolver essa questão. O Ministério da Saúde recomenda medidas preventivas para evitar a disseminação da cólera, como lavar as mãos regularmente, tratar a água para consumo, ferver a água por 20 minutos, higienizar frutas e vegetais, cozinhar alimentos adequadamente e manter a higiene ambiental.
Em situações suspeitas de cólera, é aconselhável fornecer líquidos ou soro oral antes de encaminhar o paciente para atendimento médico. É fundamental não defecar ao ar livre e manter ambientes limpos e desinfetados. O Ministério da Saúde enfatiza a importância de buscar cuidados médicos na unidade de saúde mais próxima em caso de sintomas de cólera.
O surto de cólera representa uma grave emergência de saúde pública. A rápida propagação da doença, o elevado número de casos e de mortes e o comprometimento das infra-estruturas de abastecimento de água realçam a necessidade urgente de uma resposta coordenada e sustentada. Os esforços do Ministério da Saúde para controlar o surto são louváveis, mas exigirão recursos contínuos, colaboração entre os diferentes níveis de governo e agências, e a total cooperação dos cidadãos.