Após vários meses de debates e tensões, o Primeiro-Ministro senegalês, Ousmane Sonko, apresentou finalmente a sua Declaração de Política Geral.

O discurso era muito aguardado tanto pelo público como pelos deputados. Durante o seu discurso, Sonko descreveu os principais aspectos do programa da atual administração, liderada por Bassirou Diomaye Faye.

Entre os principais anúncios, a revogação da lei de amnistia, que tinha permitido que o Presidente Bassirou Diomaye Faye e Ousmane Sonko fossem libertados da prisão pelo Presidente Macky Sall, atraiu uma atenção significativa. Embora se trate de uma medida simbólica, suscitou igualmente uma controvérsia política. O Primeiro-Ministro abordou também a questão da reciprocidade de vistos, anunciando medidas semelhantes às aplicadas por alguns países ao Senegal.

No entanto, esta declaração não convenceu todos os deputados, nomeadamente os da oposição. O deputado Thierno Alassane Sall, conhecido pela sua posição crítica em relação ao regime, manifestou dúvidas quanto à exequibilidade das promessas feitas pelo Primeiro-Ministro. Alertou especificamente contra o endividamento nacional excessivo para financiar este programa ambicioso.

Esta apresentação da Declaração de Política Geral ocorreu num contexto político tenso entre o partido no poder e a oposição. Seguiu-se às ameaças de um voto de desconfiança contra Ousmane Sonko, que levou à dissolução da Assembleia Nacional e à organização de eleições legislativas antecipadas. Estas eleições resultaram numa vitória do partido no poder, o Pastef, dando ao Primeiro-Ministro a oportunidade de proferir o seu discurso sem grandes obstáculos.

Neste contexto, o programa de governo de Ousmane Sonko foi recebido com grandes expectativas, mas também com um grande ceticismo, nomeadamente por parte dos opositores que consideraram algumas das propostas irrealistas.