Dois anos após o seu estabelecimento, o mercado de ações BODIVA tem sido o espelho daquilo que verificamos na economia angolana: com pouca ou nenhuma expressão. As atividades de negociação têm-se processado a um ritmo mínimo e com baixos níveis de liquidez.

Atualmente, apenas três empresas – Banco Angolano de Investimento (BAI), Banco Caixa Geral Angola (BCGA) e a seguradora estatal ENSA – têm o seu capital disperso na bolsa de valores, embora o seu volume de negociação permaneça abaixo de 2% em comparação com o domínio da negociação de títulos de dívida pública.

Apesar de estar nos seus estágios iniciais, o sucesso do mercado de ações parece depender da confiança depositada nas entidades listadas. O crescimento medíocre do mercado de ações deve-se ao baixo número de investidores nacionais, à ausência de grandes investidores institucionais estrangeiros e à educação financeira inadequada que impede a expansão acelerada do mercado.

No entanto, as ações são consideradas instrumentos de investimento lucrativos, com evidências que sustentam a sua lucratividade por meio da valorização dos preços e da distribuição de dividendos. As ações do BAI, por exemplo, tiveram um aumento de 162% no valor em relação ao preço do IPO, e outras empresas como BCGA e ENSA também testemunharam um crescimento substancial nos preços de suas ações.

O ambiente de mercado atual é especulativo, pois tentar vender um número significativo de ações pode enfrentar desafios devido à procura limitada. A falta de liquidez do mercado leva a flutuações significativas de preços, mesmo com transações menores, destacando deficiências estruturais no mercado angolano.

É evidente a necessidade de uma maior participação dos investidores, um maior envolvimento institucional estrangeiro e uma educação financeira aprimorada para promover o crescimento e a estabilidade do mercado de ações angolano.