Por vezes, parece que o MPLA não aprende. A fome em Angola ocupa uma boa parte do espaço público. Dia após dia enchem-se as redes sociais, as rádios e as narrativas variadas com a fome e miséria que abundam em Angola.
Como é que o MPLA responde?
Manda o deputado Virgílio Tchova dizer que “Isto depende muito da perspetiva de quem diz. O Governo tem uma perspetiva, alguma sociedade civil tem outra perspetiva, precisamos é nos encontrar e termos um discurso em que todos nós percebamos o ponto de vista do outro, acho que o debate é esse.” E ainda acrescentou:””Isto não é de hoje, o combate da fome e pobreza vem desde o tempo colonial e às vezes a fome não é falta de comida, é também a instrução, é também a saúde, saneamento básico, portanto, a fome e pobreza são fenómenos que estão associados à vários fatores exógenos da vida das pessoas (…) e são essas questões de que o Estado tem vindo a se ocupar.”
É possível que o deputado tenha alguma razão. Mas o ponto não é esse. O ponto é que o discurso da fome ocupa os meios de comunicação social e as redes sociais. Portanto, a reacção não pode ser um certo “encolher de ombros” e deixar andar.
O MPLA tem duas alternativas. Ou apresenta números válidos que desmintam a narrativa da fome e demonstrem que o problema está a diminuir ou apresenta políticas activas concretas para o diminuir. O que não pode fazer é ignorar o clamor público, que se vai espalhando, mesmo não sendo totalmente verdadeiro.