O espaço público está cheio por duas palavras: miséria e fome. Criou-se a imagem que Angola é só imagem e fome.

E o MPLA e o governo parecem incapazes de contestar essa narrativa. Ainda ontem houve uma reunião do Bureau Político do MPLA que concluiu com a emissão de um comunicado burocrático.

Não há combatividade no MPLA. O porta-voz Hilário, um académico tido como inteligente fala pouco e intervém menos. Nem sei o nome do líder parlamentar do MPLA. Não deve intervir em público ou não diz nada de especial.

No governo, nota-se Massano e Vera Daves e por vezes o general Furtado. Agora talvez venha Manuel Homem. O restante oscila entre o silêncio e…o silêncio.

Com isto, o espaço público está invadido pela negatividade. Por isso, se pode dizer que basta a UNITA não fazer nada, não dizer nada, que vai de triunfo em triunfo, porque a narrativa predominante lhe é favorável.

No mínimo, era tempo de haver um porta-voz do governo, combativo, intenso, aguerrido, que transmitisse diariamente as políticas e medidas do governo, que explicasse, que defendesse.

A figura do Fernando que aparece pomposo a fazer uns comunicados básicos da Presidência não serve, não convence.

Trump demonstrou que o combate em curso é de narrativas, de imagem, de popularidade. Todo esse combate falta ao MPLA e ao governo.