Especialistas republicanos admitem que é muito provável que a administração de Donald Trump siga uma abordagem pragmática, realista e transacional em relação a África. Esta administração vai estar atenta à ameaça da crescente influência chinesa na região, buscando bloquear as cadeias de abastecimento de minerais críticos usados em tecnologias modernas, como veículos elétricos e telefones.
Tibor Nagy, ex-secretário de Estado adjunto para os Assuntos Africanos, prevê uma abordagem agressiva para combater a influência chinesa na região. Já o polémico documento, Projeto 2025 da Fundação Heritage, sugere uma abordagem mais tradicional nas relações EUA-África, focada em comércio e negócios.
No que diz respeito à administração Biden/Harris, os conservadores argumentam que a administração democrata poderia ter uma postura mais pragmática e centrada nos interesses comerciais, em contraposição à ênfase em questões culturais e direitos humanos.
A gestão das relações na região do Sahel, na África Ocidental, é apontada como um ponto de discordância. Os conservadores expressam preocupação com a repreensão pública a parceiros na região, sugerindo que tal abordagem poderia prejudicar as relações com esses países.
Peter Pham, antigo enviado especial dos EUA para a região do Sahel, durante a presidência de Trump, considera que Biden favoreceria a “engenharia social” em detrimento do pragmatismo e do envolvimento diplomático.
Contudo, na presidência Biden/Harris , temos como se sabe o Corredor do Lobito, um projeto de infraestrutura multibilionário em Angola, um modelo que deverá ser replicado para diminuir o controlo chinês sobre as cadeias de abastecimento de minerais críticos.
Independentemente da administração na Casa Branca, a importância estratégica de África tem aumentado, à medida que os EUA se preocupam com as rivalidades de grandes potências na região. Na realidade, há poucas diferenças substanciais entre os pensadores da política EUA-África de ambos os lados do espectro político em Washington DC.