O país que o governo quer fazer-nos crer que vivemos, não passa de uma fantasia. Infelizmente, Angola ainda apresenta muitas lacunas em áreas ligadas ao desenvolvimento humano, como a educação e pobreza. Isso mesmo ficou comprovado num relatório promovido pelo Índice de Governação Africana da fundação Mo Ibrahim (IIAG), que mede e monitoriza o desempenho da governação nos países africanos por meio de quatro categorias principais: Segurança e Estado de Direito, Participação, Direitos e Inclusão, Fundamentos para Oportunidades Económicas e Desenvolvimento Humano.

Em comparação com os últimos 10 anos, o país demonstrou mais melhorias em Oportunidades Económicas e Segurança e Estado de Direito do que em Desenvolvimento Humano, onde houve uma regressão em aspectos como políticas de redução da pobreza.

Angola é o quinto país com mais melhorias no IIAG entre 2014 e 2023, porém, continua a ter nota negativa em todas as quatro categorias que compõem o relatório. De um modo geral, a qualidade de vida das populações e a quebra de ciclos de pobreza continuam a ser desafios significativos devido ao crescimento ligeiro em Desenvolvimento Humano, que é insuficiente.

Assim, Angola ocupa o 36º lugar no IIAG entre 54 países, e a situação é ainda mais preocupante quando se observa a categoria de Desenvolvimento Humano, onde o país está pior classificado, com uma pontuação desanimadora, principalmente devido aos baixos índices de Educação (50º lugar) e Protecção Social e bem-estar (44º lugar).

Em Educação, o país ocupa o 50º lugar devido a indicadores como igualdade na educação, inscrições, conclusão dos estudos, qualidade do ensino e percepção pública da oferta educativa. Em Saúde, está na 43ª posição, medido por indicadores como acesso à saúde, acesso a água e saneamento, controlo de doenças, saúde materno-infantil e qualidade de saúde. Em Protecção Social e bem-estar, ocupa o 44º lugar, avaliado em indicadores como redes de protecção social, políticas de redução de pobreza, qualidade de habitação e segurança alimentar.

A análise detalhada das subcategorias revela que Angola teve nota positiva apenas na subcategoria Ambiente Sustentável dentro da categoria de Desenvolvimento Humano, enquanto em outras subcategorias obteve classificações bastante baixas.

Em suma, o relatório destaca que o país enfrenta desafios significativos em várias áreas-chave da governação, particularmente em Educação, Saúde, Protecção Social, bem como em Segurança e Estado de Direito.

Apesar de algumas melhorias ao longo da última década, o país está classificado como o 18º pior no índice Mo Ibrahim e ainda luta para melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos e romper os ciclos de pobreza.