A imprensa financeira internacional dá conta que Angola está, de novo, a procurar um empréstimo com o FMI. Está claro que a necessidade de financiamento do tesouro angolano deriva de uma única razão: a pressão da China para o pagamento da dívida.
A própria ministra das finanças de Angola já reconheceu que a maioria das receitas estatais eram usadas para o pagamento da dívida. Sabemos também que a suposta renegociação da dívida entre Angola e a China ocorrida em Março passado a propósito da visita de João Lourenço a Pequim foi uma mera cosmética, sem relevância para os grandes números.
A China está a sufocar Angola, por detrás de palavras bonitas e doces. Angola deve reagir e confrontar a China.
O primeiro aspecto do confronto é que a dívida chinesa não é legítima (pelo menos uma parte). Foi uma dívida contraída de forma opaca cujos montantes foram desviados para os privados (chineses e angolanos) e o Estado chinês foi conivente. A esta dívida chama-se “dívida odiosa” e não deve ser paga. O tratamento deste assunto deve ser prioritário. A China deve perceber que não sufoca Angola e que tem de negociar. Caso contrário quem sofre é o povo.
Assim, Angola deveria por começar por estudar e divulgar a questão da “dívida odiosa” para depois colocar as “cartas na mesa” face à China. A situação actual é insustentável e não deve ser mantida.