Os observadores da União Europeia (UE) registaram irregularidades e “alterações injustificadas” nos resultados das eleições gerais de Moçambique. Após a contagem dos votos, os observadores instaram as autoridades eleitorais a conduzirem a contagem de forma transparente e credível, garantindo a rastreabilidade dos resultados das mesas de voto.

Além disso, o candidato presidencial Venâncio Mondlane acusou as forças de segurança de terem assassinado seu advogado, Elvino Dias, e afirmou que a sua vida estava em perigo. Os observadores da UE condenaram os assassinatos de Dias e outro membro do partido Podemos, Paulo Guambe, apelando à “máxima contenção de todos” devido às tensões sociais e à violência eleitoral.

Os Estados Unidos, a União Africana e Portugal também já condenaram os assassinatos e solicitaram uma investigação rápida e exaustiva. Os resultados oficiais das eleições serão divulgados ainda esta semana.

Mondlane convocou os seus apoiantes para “paralisarem o país” em protesto contra os resultados que ele afirmou serem “profundamente falsos”. A Frelimo, partido no poder há 49 anos, espera vencer as eleições com o seu candidato Daniel Chapo.

A violência eleitoral não é incomum em Moçambique; no ano passado, houve confrontos após as eleições locais que resultaram em várias mortes.

Existe uma grande expectativa pela divulgação dos resultados oficiais e a convocação de protestos por Mondlane refletem a existência de uma grande tensão política no país.