O movimento PRA-JA Servir Angola ganha um novo embalo, após várias negas e contratempos. O Tribunal Constitucional de Angola concedeu autorização a este movimento para se tornar um partido político, colocando fim a um processo que se estendia desde 2019. O partido, liderado por Abel Chivukuvuku, candidato a vice-presidente pela UNITA nas últimas eleições, viu o seu pedido inicial rejeitado em 2020, o que o obrigou a aguardar 4 anos para uma nova tentativa de legalização.
Em setembro, o partido submeteu um novo processo de legalização, acompanhado por 8.000 declarações de aceitação, 500 a mais do que o exigido por lei. Chivukuvuku demonstrou confiança na conclusão do processo, mas surpreendentemente, obteve a autorização mais cedo do que o esperado, permitindo a realização do primeiro congresso em 2025.
Abel Chivukuvuku, ex-conselheiro político de Jonas Savimbi, fundador da UNITA, apresentou o projeto PRA-JA Servir Angola à sociedade em 2019. Recordamos que Chivukuvuku é um veterano nestas andanças. Em 2012, ele liderou a coligação de pequenos partidos CASA-CE, que se tornou a terceira maior força política do país, mas divergências em relação à transformação da coligação em partido resultaram na sua saída e na decadência da mesma. Em 2022, Chivukuvuku aceitou integrar a lista da UNITA, pois não pôde concorrer com o seu próprio partido nem com a coligação Frente Patriótica Unida (FPU).
O PRA-JA Servir Angola é o segundo partido a ser legalizado este ano, após o Partido Iniciativa de Cidadania para o Desenvolvimento de Angola, elevando para 13 o número de partidos políticos ativos em Angola.
Quanto ao futuro da FPU, da qual o PRA-JA faz parte juntamente com a UNITA e o Bloco Democrático, é um tema ainda pouco abordado pelos seus líderes representantes. Podemos, todavia, questionar se não estaremos perante uma força política que representa ‘mais do mesmo’ no cenário político angolano.
O PRA-JA não será apenas mais um nome novo lançando, mas que representa os velhos interesses de uma determinada fação política que não tem nada de novo a acrescentar em prol do povo angolano?