Se por um lado, verificamos um gradual afastamento face à China, por outro, observamos sinais cada vez mais claros de uma aproximação retumbante com o ‘Tio Sam’. Se dúvidas ainda houvessem, a confirmação da visita do Presidente norte americano, Joe Biden a Angola entre os próximos dias 13 e 15 de Outubro, tratou de dissipá-las. Além disso, foram recentemente anunciados novos planos que ambicionam impulsionar cada vez mais o projeto do Corredor do Lobito, e onde os EUA e Angola se arquitetam como principais protagonistas.

Para completar este ramalhete de boas relações, a empresa multinacional americana Sun Africa foi anunciada como beneficiária de um financiamento de 1,6 mil milhões de dólares do Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos da América (EXIM Bank) para projetos de energia solar na região sul de Angola.

Durante uma Conferência sobre a Coordenação do Apoio ao Corredor do Lobito, realizada na província de Benguela, o representante da Sun Africa, Eguinilson da Silva, confirmou o montante do investimento e a aprovação do financiamento para os projetos no sul do país. Segundo Eguinilson da Silva, mais de um bilião de dólares foi aprovado para os projetos no sul, nos quais a Sun Africa está envolvida em parcerias para beneficiar a população angolana e apoiar as estratégias do governo.

Ele salientou que o projeto proporcionará benefícios para mais de 65 comunidades no sul de Angola, com uma capacidade instalada de 220 megawatts de energia limpa. Além disso, o projeto inclui uma vertente para o fornecimento de água, que beneficiará mais de 448 localidades. O representante da Sun Africa também destacou que o projeto considerou o armazenamento de baterias para garantir a sustentabilidade durante a noite, quando não há incidência solar. A maior parte do financiamento será alocada para a execução do projeto, que beneficiará uma população de mais de 1,5 milhões de pessoas.

É importante notar que a transação envolverá as empresas americanas ING Capital e Sun Africa, juntamente com a empresa angolana Omatapalo. Este investimento representa um passo significativo para o desenvolvimento e a expansão da energia solar na região sul de Angola, com potencial para impactar positivamente as comunidades locais e contribuir para as metas energéticas do país.