Decorreu no passado sábado uma marcha do MPLA de apoio a João Lourenço. Não estando no terreno, não sabemos se a marcha foi um sucesso ou insucesso.

As fotos distribuídas mostraram gente e mobilização, mas continham um erro, que faz duvidar da magnitude. E, logo, depois as variadas oposições (ou mesmo membros do MPLA, nunca se percebe) encarregaram-se de desconstruir nas redes sociais qualquer narrativa de vitória. No final, uma coisa é certa: a comunicação do MPLA nas redes sociais não funcionou.

Comecemos pelas fotos divulgadas por Manuel Homem que pretendia demonstrar um grande sucesso. A foto principal contém uma longa fila de multidão, contudo, no topo da foto verifica-se que a rua, onde está essa multidão, no final está vazia. Portanto, a foto “postada” por Manuel Homem demonstra uma multidão sem profundidade…um primeiro erro.

No entanto, o pior vem em seguida. As redes sociais, com destaque para as páginas Facebook “Joana Clementina” e “Paula Neto”, que foram amplamente replicadas por desconhecidos (robots?) encheram-se com uma suposta cena de pancadaria entre membros do MPLA. Não se percebe onde e quando é essa cena, mas sabe-se que o espaço digital em vez de ser preenchido pelo sucesso da manifestação do MPLA, se ocupou com a pancadaria entre jovens do MPLA. E, também, com umas supostas sandes com mau aspecto distribuídas aos marchantes.

E, mais tarde, muito oportunamente, as redes próximas da UNITA “postam” uma foto de Adalberto da Costa Júnior a ser acarinhado numa loja em Luanda. Um retrato íntimo e popular.

Assim, por erros próprios e rápida reacção de todos os que se opõem a João Lourenço, sejam do MPLA, da UNITA ou de outros alinhamentos, nas redes sociais, a marcha do MPLA foi esvaziada.

O acumular de erros de comunicação, falta de sensibilidade para com a juventude, não domínio da informalidade nas redes sociais, é dramático para o MPLA.