Há vários dias que o Médio Oriente se prepara para ver como é que o Irão e os seus representantes vão retaliar os recentes ataques, em Teerão e Beirute. O ataque em Teerão, que o Irão atribuiu a Israel, matou o líder político do Hamas, enquanto o ataque em Beirute, cuja responsabilidade já foi reivindicada pelo Estado judaico, matou um comandante de topo do Hezbollah.

No domingo, o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken terá avisado os colegas diplomatas do G7 de que poderia estar iminente um ataque a Israel por parte do Irão e do Hezbollah.

No dia seguinte, o Hezbollah lançou um ataque com drones no norte de Israel, que feriu dois soldados israelitas, mas esta ação não surpreende; faz parte do seu ´modus operandi’. No mesmo dia, vários soldados americanos ficaram feridos num suposto ataque com rockets a uma base aérea no Iraque, que tem sido repetidamente alvo de militantes apoiados pelo Irão desde o início da guerra em Gaza. Espera-se, no entanto, ainda um ataque de retaliação de maiores dimensões contra Israel.

O Irão emitiu um aviso às companhias aéreas de que poderia haver interrupções de GPS, mas não é claro se isso estava ligado a quaisquer planos para um ataque. Entretanto, Sergei Shoigu, o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, esteve em Teerão, poucos dias depois de Moscovo ter instado todas as partes a evitarem ações que pudessem conduzir a uma guerra mais vasta.

O regime dos Ayatollahs sente-se compelido a retaliar, mas também quer responder de uma forma que não provoque uma guerra mais vasta. O Irão precisa de tempo para se preparar para o que será certamente uma operação complicada.

Uma coisa é certa: os líderes iranianos estão a demorar a dar uma resposta, mantendo assim  a região em suspense e a intensificarem a guerra psicológica antes do ataque.