O PRODESI (Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações), já com seis anos de vida continua a defraudar as expectativas criadas, e teima em não descolar.
No primeiro semestre deste ano, as exportações de produtos da produção nacional foram avaliadas em 51,2 milhões de dólares, indicando uma queda de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Estes produtos fazem parte dos 55 itens listados no decreto presidencial n.º 23/19 de 14 de Janeiro, que delineia a produção nacional no âmbito do PRODESI.
Apesar do baixo valor das exportações face às expectativas criadas, houve um crescimento considerável em relação aos anos anteriores. Entre os produtos mais exportados, as embalagens de vidro lideram, embora as vendas para o exterior tenham diminuído 18% no primeiro semestre. Os sumos e refrigerantes tiveram um crescimento de mais de 200%, alcançando 5,1 milhões de dólares em exportações. O clínquer, utilizado na produção de cimento, também se destacou, apesar de uma diminuição de 56% nas exportações.
Relativamente às exportações angolanas, incluindo petróleo, diamantes e outros produtos, o país exportou um total de 18.272,7 milhões de dólares em mercadorias no primeiro semestre, tornando os 51,2 milhões de produtos PRODESI apenas 0,3% do total das exportações.
Por outro lado, as importações também apresentaram uma queda de 5% no primeiro semestre deste ano, ao totalizar 794,0 milhões de dólares. Arroz, carne de frango e açúcar foram os produtos mais importados, com variações significativas em relação ao ano anterior. As importações totais do país alcançaram 6.813,2 milhões de dólares, fazendo com que os 794,0 milhões de produtos PRODESI representem 11,7% do total.
Alguns especialistas salientam que a diversificação económica é um processo demorado e que Angola ainda depende muito das importações para atender às necessidades da população. A inflação constante no país é atribuída à maior procura do que oferta e à desvalorização do kwanza em relação ao dólar.
Dessa forma, é fundamental promover a produção nacional para reduzir a dependência das importações e diminuir a necessidade de divisas estrangeiras. Apesar de haver esforços governamentais, a inflação ainda não diminuiu como esperado, sinalizando a necessidade de reavaliação das políticas implementadas até ao momento.