No primeiro trimestre de 2023, verificamos uma queda acentuada nas remessas enviadas pelos expatriados que vivem em Angola, assim como, a uma redução nas remessas enviadas pelos angolanos que residem no exterior.
Segundo os dados apresentados, nesse período, os estrangeiros que vivem em Angola enviaram cerca de 60,4 milhões de dólares em remessas para o exterior, uma redução de 68% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa queda é atribuída principalmente à falta de divisas e à forte desvalorização cambial do kwanza, que tornaram os custos das transferências muito mais altos. Por outro lado, as remessas enviadas pelos angolanos que trabalham no exterior também caíram 12%, chegando a apenas 3,4 milhões de dólares no primeiro trimestre. Os especialistas apontam que isso se deve à falta de confiança da diáspora angolana em relação ao país, uma vez que muitos deles não têm interesse em retornar a Angola e preferem manter seus recursos no exterior, onde têm acesso a melhores condições de vida e sistemas sociais.
Realce também para o facto do saldo das remessas e outras transferências pessoais ter registado um défice de 60,5 milhões de dólares, uma vez que as remessas recebidas do exterior continuam sendo muito baixas. Esta situação é preocupante, pois as remessas representam uma importante fonte de rendimento para as famílias e contribuem para o crescimento e desenvolvimento dos países em desenvolvimento.
As condições macroeconómicas de Angola, a falta de instrumentos financeiros atrativos e a baixa confiança da diáspora angolana são apontadas como as principais causas da redução significativa das remessas enviadas para o país. Só melhorando as condições económicas e financeiras do país é que se vai conseguir atrair o retorno e o envio de remessas pelos angolanos que vivem no exterior.