A saúde em Angola continua pelas ‘ruas da amargura’. Os hospitais estão com falta de verbas e quem sofre é o cidadão angolano. O presidente do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola, Adriano Manuel, alertou para a falta de recursos financeiros, e isso está a afetar a qualidade da assistência médica ao público e o funcionamento de unidades hospitalares em Angola, incluindo os hospitais recentemente construídos.
Ele mencionou que áreas como farmácias, laboratórios e imagiologia estão a sentir os efeitos da escassez financeira, resultando na não realização de exames laboratoriais e de imagens, o que tem impacto na mortalidade dos pacientes.
Um exemplo mencionado foi o Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulmonares Dom Alexandre do Nascimento, inaugurado em 2021, onde o diretor geral, Carlos Masseca, apontou atrasos na disponibilização dos fundos mensais, causando constrangimentos na gestão hospitalar e nas relações com os fornecedores de serviços. Isso afeta a capacidade do hospital de pagar fornecedores e manter os serviços adequados, como limpeza e medicamentos.
Pacientes que buscam serviços de saúde em unidades públicas também confirmaram as deficiências, mencionando falta de qualidade no atendimento e escassez de reagentes para exames laboratoriais e medicamentos nas farmácias hospitalares. Isso indica que o problema está a afetar diretamente a população que depende dos serviços de saúde pública em Angola.
Apesar dos dados do Ministério da Saúde indicarem que o país ganhou 168 unidades sanitárias entre 2017 e 2023, incluindo expansões, reabilitações e a introdução de novas tecnologias, a estratégia de construção de grandes unidades hospitalares tem recebido críticas da classe médica. O presidente do Sindicato Nacional dos Médicos argumenta que o Estado deveria focar na prevenção, reduzindo assim a necessidade de gastar recursos em unidades de alta manutenção.
Enquanto o Sindicato está a considerar mesmo escrever ao Presidente da República para buscar soluções e salvar vidas, os Ministérios da Saúde e das Finanças permanecem em silêncio em relação às denúncias. Haja o mínimo de decência do executivo, pois estamos a falar de vidas humanas.