Conta-se que nas recentes jornadas parlamentares do MPLA coube ao doutor em Portugal Feijó anunciar que as eleições autárquicas angolanas só vão ter lugar em 2027. Tal intervenção gerou manifesto burburinho.

Se é um erro atrasar as eleições autárquicas, que podiam ser uma válvula de escape para o actual descontentamento com o governo e um espelho da incapacidade de governar da UNITA, é um erro maior voltar a chamar Feijó para ser o porta-voz das reformas (ou não reformas) estruturais de Angola.

Feijó foi o engenheiro da super-estrutura do roubo angolano. O advogado dos negócios bilionários que desgraçaram o país. O para-raios da grande corrupção.

Como é possível que aquele que criou a desgraça legal de Angola continue a ser o árbitro legal em Angola?

Assim se, demonstra que não há vontade de mudança do MPLA, vontade de abrir o futuro, apenas, vontade de recorrer aos engenheiros de sempre para manter um poder que foge das mãos como areia.

É mau de mais, para ser verdade. Extingue-se a esperança, afasta-se o futuro.