Já aqui havíamos alertado no mês passado para a paralisação da maioria das obras no ano passado. https://oindependentedeangola.org/maioria-das-obras-em-angola-estao-paralisadas/. Pois bem, o 4º trimestre de 2023 veio confirmar esta triste realidade, apesar de algumas melhorias. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), 7 em cada 10 obras, estavam paradas nesse período.

O relatório do INE revelou que 70% das obras visitadas em Angola estavam paralisadas no quarto trimestre de 2023, indicando, apesar de tudo, uma ligeira melhoria em comparação com o trimestre anterior, no qual 77% das obras estavam paralisadas. Das 3.523 obras visitadas, 964 estavam em processo de construção, enquanto 2.559 estavam paralisadas.

Houve um aumento de 34% nas obras em construção entre o terceiro e o quarto trimestre de 2023, sugerindo uma leve recuperação no sector da construção, apesar das dificuldades enfrentadas pelos empresários devido à crise económica e à inflação galopante. A falta de abertura dos bancos para financiar os projetos é apontada como um dos principais desafios.

Apesar desse avanço modesto, muitos empresários continuam a reclamar da falta de apoio financeiro, o que dificulta o progresso de seus projetos. A província de Luanda lidera em número de obras em construção, seguida por Huambo, Cuanza Sul, Lunda Sul e Bié. Por outro lado, a província de Benguela é a líder em obras paralisadas, com 27,28% do total, o que corresponde a 698 obras paradas, em comparação com apenas 14 em processo de construção. Huíla, Cabinda, Luanda e Cuando Cubango também enfrentam uma alta percentagem de obras paralisadas.

Apesar do ligeiro avanço observado entre o terceiro e o quarto trimestre de 2023, ainda é cedo para afirmar que houve um aumento significativo no investimento no setor da construção. A situação económica e as dificuldades enfrentadas pelos empresários continuam a ser fatores limitantes.