Admitamos que Luzia Moniz é uma activista que critica João Lourenço.
Será a sua comparência no Dia de África a razão para a Embaixadora não comparecer e emitir um comunicado de repúdio público?
Angola tem uma Constituição em que afirma que é um Estado de Democrático de Direito e garante a liberdade de expressão como direito fundamental.
Não existe nenhuma condenação em processo adequado de Luzia Moniz por difamação da República de Angola.
Assim sendo, claramente, a Embaixadora viola a própria Constituição que prometeu cumprir no seu juramento de posse, quando toma a posição mencionada.
A convivência na pluralidade de opiniões diversas é uma das maiores virtudes duma sociedade. Se o Executivo angolano não sabe viver com a pluralidade de opiniões, é sinal que não está preparado para viver em democracia, não está preparado para assegurar o desenvolvimento humano do país. É uma ditadura sob disfarce.
A Embaixadora de Angola em Portugal prestou um péssimo serviço a João Lourenço, demonstrou um poder arrogante, fechado, intolerante, o contrário que o Presidente da República defende nos seus discursos.
Ao mesmo tempo que a Embaixadora faz este disparate, dorme perante a campanha efectiva que em Lisboa há contra Angola. Nunca dá respostas, nunca toma posições, nunca exerce o contraditório.
Só aparece para espezinhar os nacionais angolanos que têm vozes diferentes.
Até podemos nem concordar com tudo o que diz Luzia Moniz, mas concordamos com o direito que ela tem de ter uma opinião, expressá-la, e não ser banida socialmente por causa disso.
Este género de Embaixadores angolanos sem noção da democracia, do pluralismo, da tolerância, da abertura ao mundo, são mais prejudiciais ao governo do que 1000 Luzias Moniz. Essa é a verdade.