O regulador do cacau do Gana vai pedir emprestado até 1,5 mil milhões de dólares até setembro para financiar as compras de cacau de 2024/25 e compensar a baixa produção, disseram recentemente duas fontes do COCOBOD (Ghana Cocoa Board) com conhecimento do acordo.

O segundo maior produtor de cacau do mundo, a seguir à vizinha Costa do Marfim, recorre a um empréstimo sindicado anual para financiar a compra de sementes aos agricultores. É normalmente acordado no início da época, em setembro.

Mas o empréstimo de 800 milhões de dólares deste ano sofreu atrasos devido à baixa produção de cacau até agora nesta temporada.

Desde então, o COCOBOD retirou 600 milhões de dólares e cancelou o restante, uma vez que a produção de cacau da época se encontra quase 40% abaixo das previsões – incapaz de garantir a totalidade do empréstimo.

“Um pedido de proposta enviado aos bancos indica que o COCOBOD irá contrair um empréstimo de até 1,5 mil milhões de dólares na próxima campanha. Entende-se que os bancos estão a dimensioná-lo e, em conjunto (com o COCOBOD), decidirão o montante ideal”, disse uma fonte do COCOBOD.

Uma segunda fonte do COCOBOD disse estar confiante de que o consórcio será concretizado.

Pelo menos um banco internacional esteve no Gana para inspecionar as explorações de cacau antes de decidir sobre a oferta, enquanto outro tem visita marcada para o próximo mês, disse a mesma fonte.

Espera-se que a produção recupere para 810.000 toneladas métricas na próxima época, disseram as fontes, pedindo para não serem identificadas porque não foram autorizadas a falar com os media.

O COCOBOD não respondeu a um pedido de comentário.

A produção de cacau do Gana tem sido afetada por condições meteorológicas adversas, doenças e contrabando de cacau. Prevê-se que fique quase 40% abaixo do objetivo na época de 2023/24, de acordo com o COCOBOD.

O regulador do setor disse que perdeu cerca de 150.000 toneladas de grãos de cacau para o contrabando e a mineração ilegal de ouro, conhecida localmente como galamsey, na temporada 2022/23.

Prevê perdas ainda maiores nesta temporada, pois um aumento global nos preços do cacau é um incentivo para mais contrabando.