A imagem do Presidente da República, João Lourenço (JLo), tem estado muito associada ao papel que tem desempenhado na diplomacia internacional, especialmente na região da África Austral, revelando na maioria das ocasiões em que vem intervindo, bom senso, em prol da paz.

Agora, vem a terreiro mostrar preocupação com a instabilidade que se vive, especialmente com o vizinho Congo, e Moçambique, defendendo eleições livres e transparentes como a única via legítima para o poder.

Ele enfatizou que a base popular ampla proveniente de eleições legítimas permite que os líderes governem com estabilidade e legitimidade. Lourenço destacou a regularidade das eleições livres e transparentes na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que em sua maioria não geram contestações violentas, contribuindo para a ordem e estabilidade dos países. O presidente angolano também expressou preocupação com a situação de instabilidade e guerra em Estados membros da SADC, como Moçambique e a RDCongo, declarando apoio e solidariedade a esses países.

JLo mencionou uma tentativa de golpe de Estado na RDCongo e a insurgência em Cabo Delgado, Moçambique, como exemplos dessa instabilidade. Além disso, manifestou apreensão com o conflito armado no Sudão, pedindo atenção internacional para a situação humanitária lá. O presidente angolano também elogiou o papel do Presidente das Comores, Azali Assoumani, como Presidente em exercício da União Africana, destacando sua abordagem realista e pragmática para enfrentar os problemas do continente.

Lourenço considera essa abordagem um legado que pode orientar estratégias para promover o diálogo e encerrar os conflitos no continente, abrindo caminho para o desenvolvimento económico e social.

Todas estas considerações do Presidente angolano, tecidas na cerimónia de investidura do Presidente das Comores, Azali Assoumani, são acertadas e revelam um bom traquejo diplomático.

No entanto, no que diz respeito às observações feitas sobre eleições livres e transparentes nos dois países africanos, JLo, deveria primeiro fazer uma autocrítica a Angola e ao regime que está a representar, pois, embora haja progressos no processo democrático, é alvo de críticas constantes de vários sectores da sociedade angolana.