A verdade por vezes doí, mas tem que ser dita. O desemprego, sobretudo o da população mais jovem é um dos ‘cancros’ da sociedade angolana, e isso pode custar bem caro ao MPLA a um curto, médio prazo.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola divulgou dados do Inquérito ao Emprego mostrando um aumento significativo no desemprego no primeiro trimestre do ano.

O total de desempregados com 15 anos ou mais atingiu 181.368, num universo de 5.646.659 pessoas, representando uma variação trimestral de 3,3%.  A taxa de desemprego geral aumentou para 32,4%, com taxas mais altas entre as mulheres. Os jovens enfrentam a maior taxa de desemprego, atingindo 63,5% para a faixa etária de 15 a 24 anos.

No mesmo período, a população economicamente ativa foi de 11.768.218 pessoas, com uma taxa de emprego estimada em 60,2%. Essa taxa foi mais alta nas áreas rurais e entre a população masculina. Além disso, a maioria da população empregada encontra-se em empregos informais, com a taxa de emprego informal sendo mais alta nas áreas rurais em comparação com as urbanas.

Estes dados do INE revelam um cenário preocupante de Desemprego em Angola, com um aumento significativo no primeiro trimestre do ano. Os números destacam a disparidade de género no Desemprego, com taxas mais altas entre as mulheres, e a grave situação enfrentada pelos jovens, que têm uma taxa de desemprego muito acima da média. Além disso, a predominância do emprego informal levanta questões sobre a precariedade e a falta de proteção social para grande parte da força de trabalho do país.

Estas informações deveriam ser cruciais para o Governo entender a dinâmica do mercado de trabalho em Angola e identificar os grupos mais vulneráveis a essa situação. Com uma taxa de desemprego tão alta e uma grande parcela da população empregada no setor informal, políticas e Intervenções direcionadas são urgentes.

Não é de admirar que se o MPLA continuar a ignorar estes números, a revolta da população crescerá ainda mais, e as alternativas ao poder, mesmo não sendo as melhores, acabem por soar um mal menor ao cidadão angolano.