O combate político entre os dois maiores partidos angolanos, tem feito correr muita tinta, em alguns momentos com maior efervescência do que seria desejável, contudo, o que se esperaria no final, era que esta disputa, que felizmente já não se desenvolve em uma guerra fratricida, proporcionasse ao povo angolano melhores condições de vida.
Afinal de contas, o que se tem verificado é uma parafernália de acusações e discussões, por um lado, e por outro, um silêncio muitas vezes comprometedor, ou então um discurso repetitivo de várias medidas a serem implementadas, mas que até agora não se tem traduzido num progresso firme e sustentável do país.
O presidente da UNITA analisou a segurança em Angola, mencionando o aumento de roubos, violência contra mulheres e crianças, homicídios, crise da justiça e a propagação de feitiçaria e crenças por algumas seitas religiosas.
Ele mostrou preocupação com a pobreza crescente e a falta de programas de combate à pobreza, citando medidas tomadas pelo governo sem diálogo social, como a retirada de subsídios aos combustíveis e a proibição da venda ambulante de diversos produtos. Adalberto da Costa Júnior realçou que tais medidas incentivam a criminalidade, devido à falta de empregos e políticas de proteção social. Ele defendeu que, num momento de extrema miséria e desemprego, tais medidas são contraproducentes, pois o governo não defende os interesses do povo. O líder da UNITA lamentou a falta de diálogo institucional e a prevalência do “orgulhosamente sós” e destacou que o país está sendo transportado para um estado de intolerância e antidemocracia. Ele concluiu com um apelo para que as amarras sejam retiradas e para que o poder local seja exercido.
Já estamos acostumados a esta maledicência do principal partido da oposição; muitas vezes utiliza a tática de fazer ‘barulho’, sem apresentar qualquer tipo de soluções práticas ou plausíveis. Por seu lado, a resposta do governo tem sido, ou de desvalorizar essa maledicência, ou simplesmente remeter-se ao silêncio. O mais grave de tudo é que, as tão badaladas medidas propaladas pelo executivo, tardam em concretizar-se numa melhoria efetiva das condições de vida dos angolanos.