Todos os meses, os órgãos oficiais de Angola-não se trata da oposição- repetem a mesma história: a inflação aumentou, o desemprego aumentou. Mês após mês é o mesmo. Não vale a pena repetir os números. Eles estão no BNA (Banco Nacional de Angola) e no Instituto Nacional de Estatística.
O que nos deixa surpresos, estupefactos, mesmo desiludidos, é a inacção do governo. Ah, e já agora da oposição.
Há um encolhimento geral dos ombros. Parece que ninguém tem nada a ver com nada. Não se vê medidas enérgicas para combater a inflação. Não se vê um programa de promoção activa do emprego.
Está-se à espera de quê? Não há milagres. Quando a economia não funciona, o Estado deve intervir, deve corrigir. E a economia angolana, mês após mês não funciona, mas ninguém faz nada.
Haverá um dia-provavelmente já está aí- em que a população não aceitará mais este estado de coisas, e aí não valerão discursos ou boas intenções. Greves, agitações, manifestações, sucederão. Não serão políticas, mas sim pela sobrevivência, pela acção de um governo dormente.
Será possível chegar a 2027 permanecendo as coisas assim? Duvidamos muito.