João Lourenço reconduziu a administração da Sonangol. Parece estar contente com esta gestão. Contudo, no discurso de posse para novo mandato deu indicações em contrário.
Afirmou o Presidente da República que espera que o “Conselho de Administração (…) trabalhe, sobretudo, no aumento da produção de petróleo, em particular do gás, num momento em que o país deixou de ser membro da OPEP. Devemos ter a ambição de aumentar a produção de petróleo e a produção do gás”.
Com esta afirmação dá a entender que o Conselho de Administração da Sonangol não se tem empenhado em aumentar a produção de petróleo e gás (o que, aliás, é verdade).
Mais à frente, disse João Lourenço esperar que o Conselho tenha “a ambição de começar a olhar para outras fontes de produção de energia, a exemplo do que outras empresas congêneres já fizeram. Ver se conseguem dar o salto, deixarem de ser apenas empresas de produção de óleo e gás e passarem a ser empresas de energia, com uma diversidade de fontes de produção de energia, numa altura em que o mundo clama por novas fontes de produção de energia.”
É evidente que a administração da Sonangol não fez nada neste sentido, bem sequer aproveitar as sinergias com a Galp, que já se tentou adiantar neste campo.
Bem se vê pelo discurso de João Lourenço que o Presidente da República tem bem noção das falhas e das necessidades de gestão da Sonangol.
O que não se percebe é a razão pela qual tendo essa consciência, reconduziu uma administração que no essencial falhou. Repete-se a história da recondução do PGR. Um falhanço é reconduzido. Porque é que isto acontece, quando se percebe que o Presidente tem consciência, é a grande interrogação.