João Lourenço viaja muito pelo estrangeiro. Ao contrário de muitos, pensamos que tal é positivo. Angola é um país mal conhecido, e quando é conhecido é ligado a guerras e corrupção criminosa.

Os seus dirigentes (Eduardo dos Santos, Isabel dos Santos, Vicente, Kopelipa) são tidos como vilões que roubaram um povo, e nem sequer foram punidos. Por isso, é bom João Lourenço apresentar-se no estrangeiro com uma nova visão: um país aberto ao mundo, com uma economia de mercado, estabilidade política, etc. 

É preciso anunciar uma Nova Angola ao mundo. Também não embarcamos nas demagogias que acompanham essas viagens acerca dos custos. São sempre apontados números astronómicos de gastos de Lourenço nas viagens. Alguma transparência era melhor, bem como uma diminuição da comitiva. É possível que exista muita sobre-facturação estrangeira também. Repete-se, esta questão resolvia-se com transparência pública sobre os custos das viagens e diminuição das comitivas.

O problema das viagens de João Lourenço é outro. Os resultados não se vêem. O investimento estrangeiro em Angola no ano passado foi pouco superior a 100 milhões de dólares, o equivalente a nada. Isto quer dizer que a realidade que João Lourenço “vende” não existe ainda.

Angola ainda não é um destino atractivo para investimento e turismo. É um problema interno de falta de reformas que vão para além das leis. As leis são meros textos, se não são aplicadas, não servem para nada. Pode ser cansativo reformar um país, com todos os obstáculos que isso tem, mas sem reformas estruturais reais internamente, as viagens do Presidente serão inúteis. Antes de anunciar uma Nova Angola, tem de a fazer.