Quando observamos o Presidente João Lourenço e outros membros do executivo angolano a inaugurar hospitais, escolas, habitações, estradas e outro tipo de infra-estruturas, ou simplesmente, quando colocam a primeira pedra no início de uma obra, podemos ser levados a pensar que Angola segue finalmente no trilho da prosperidade, pelo menos nesta área.

Todavia, como já sabemos, existe quase sempre a outra ‘face da moeda’. O Inquérito Trimestral de Avanço e Acompanhamento dos Edifícios em Processo de Construção do Instituto Nacional de Estatística deixa claro que a maioria das obras visitadas estava paralisada no terceiro trimestre de 2023, com 77% das 3.125 obras visitadas em todo o país neste estado.

Em comparação com o ano anterior, houve uma diminuição de dois pontos percentuais nas obras paralisadas, mas um aumento de 2 pp em relação ao segundo trimestre de 2022. O relatório aponta uma queda de 17% no número de obras em construção entre o segundo e terceiro trimestre de 2023, o que reflete uma baixa na atividade da construção.

O declínio na atividade de construção também é atribuído a fatores como redução de investimento, atrasos em grandes obras, aumento nos preços dos materiais de construção e direcionamento de recursos públicos para obras específicas. Na distribuição regional, Luanda lidera em obras em processo de construção, seguida pelo Cuanza Sul, enquanto Benguela tem o maior número de obras paralisadas. A necessidade de habitação é evidenciada pelo grande número de obras classificadas para esse fim em todo o país.

No quesito de área bruta, a Lunda Sul lidera com a maior área entre obras paralisadas e em execução, seguida por Luanda, Bié, Cuanza Sul e Moxico.

Estes dados revelam um panorama significativo sobre a situação da construção no país, com um grande número de obras paralisadas, indicando que existem grandes desafios no sector.