A agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P) ‘abriu o jogo’ sobre a estratégia que o governo angolano pretende adoptar na questão da dívida pública.
No seu mais recente relatório, a S&P fez saber que o governo de Angola está à procura de um financiamento de 1,5 mil milhões de dólares com três bancos externos para pagar a dívida pública, que atingiu 90% do PIB no ano passado, muito em parte devido à desvalorização de 39% do kwanza.
De acordo com a S&P, o governo terá recursos suficientes para pagar sua dívida nos próximos dois anos, desde que o preço do petróleo se mantenha acima de 65 dólares e a produção permaneça adequada. Nos últimos seis meses, o preço tem andado relativamente estável, oscilando, grosso modo, entre os 80 e 85 dólares. No entanto, a capacidade de Angola para pagar a dívida dependerá desses fatores. Angola enfrenta um aumento nos pagamentos da dívida pública nos próximos anos, tendo que pagar 4,5 mil milhões de dólares este ano e mais 5,1 mil milhões de dólares no próximo ano em dívida comercial.
A agência realça também as preocupações dos investidores em relação à predominância do sector petrolífero, ao impacto da taxa de câmbio na vulnerabilidade financeira do país, ao impacto dos protestos populares na implementação das reformas económicas, bem como ao volume da dívida e à composição dos credores.
Este relatório surge após o Presidente da República ter assinado uma autorização para um empréstimo de 500 milhões de dólares e o Instituto Nacional de Estatística ter divulgado que o crescimento económico de Angola foi de 0,9% no ano passado, com uma quebra no quarto trimestre de 2023 e uma expansão no último trimestre de 2022.