O Presidente da República de Angola, tem vindo a terreiro anunciar uma abundância de construções de hospitais e serviços de saúde. No entanto, ao mesmo tempo, quando faz visitas a determinados infra-estruturas, não consegue disfarçar o desapontamento, constatando a precariedade existente em muitos desses locais.

Essa precariedade foi bem enfatizada por uma ONG designada Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida, Tuberculose e Malária (ANASO), através do seu presidente, António Coelho, que fez uma análise sobre a situação da saúde comunitária em Angola, e rotulou-a como “difícil e complicada”. Para o agravamento dela, ainda chamou a atenção para três aspetos que, infelizmente perduram na sociedade angolana: a pobreza, a falta de acesso a água potável e o analfabetismo.

A situação da saúde comunitária em Angola, tem como principais desafios a falta de engajamento das comunidades e o investimento limitado. Segundo Coelho, Angola ainda enfrenta um perfil epidemiológico dominado por doenças transmissíveis, realçando a necessidade de compreender a saúde como bem-estar, não apenas a ausência de doença.

Além disso, apela para a necessidade de investir na saúde preventiva, através de ações de informação, educação e mudança de comportamento, a fim de reduzir o fardo hospitalar e focar nas intervenções de alto impacto para prevenir doenças.

O presidente da ANASO destaca ainda a alta transmissão da malária em Angola, a alta morbidade da tuberculose e a prevalência relativamente baixa de HIV/Aids, mas com um grande número de novas infeções em crianças.

Este quadro traçado, lembra mais uma vez, que no plano da saúde, Angola ainda tem um longo caminho a percorrer. Não obstante ser de salutar as melhorias que estão a ser efetuadas nas infra-estruturas, há que incrementar uma maior cultura de educação nas comunidades, e preparar melhor o fator humano nos serviços de saúde. Não adianta termos boas instalações, se não tivermos qualidade e quantidade q.b. em profissionais de saúde.