O regulador da eletricidade da Nigéria aprovou um aumento das tarifas para os consumidores mais abastados, que consomem mais energia, numa altura em que o Governo tenta retirar subsídios à economia para aliviar a pressão sobre as finanças públicas.
O porta-voz da presidência, Bayo Onanuga, comentou que o governo planeava cortar o subsídio à eletricidade para 15% dos consumidores para reduzir o seu custo de 2,6 mil milhões de dólares.
O vice-presidente da Comissão Reguladora da Eletricidade da Nigéria (NERC), Musiliu Oseni, disse que o aumento entraria em vigor imediatamente.
“A comissão aprovou uma revisão da taxa de 225 nairas por quilowatt-hora a partir de um máximo de 68 nairas por quilowatt-hora … para pouco menos de 15% da população de clientes na indústria de fornecimento de eletricidade da Nigéria”, disse Oseni.
Oseni disse que a comissão iria classificar os clientes utilizando dados dos distribuidores de eletricidade.
A Nigéria, enfrenta uma escassez de energia permanente que tem contribuído para anos de fraco crescimento.
A eliminação dos subsídios à eletricidade faz parte da agenda de reformas do Presidente Bola Tinubu, depois de, no ano passado, ter eliminado um popular, mas dispendioso subsídio aos combustíveis e ter permitido uma forte desvalorização da moeda.
As reformas que Tinubu espera que venham a relançar o crescimento fizeram disparar a inflação para mais de 30% e agravaram a crise do custo de vida, enfurecendo os trabalhadores.
No passado, o Banco Mundial recomendou cortes nos subsídios para ajudar a Nigéria a melhorar o estado das suas finanças públicas.
A Nigéria reviu pela última vez as tarifas de eletricidade em 2020.
O seu sector da eletricidade enfrenta uma miríade de problemas, incluindo uma rede em mau estado, escassez de gás, dívidas elevadas e vandalismo. O país tem 12 500 megawatts de capacidade instalada, mas produz apenas cerca de um quarto dessa capacidade, o que faz com que muitos nigerianos dependam de dispendiosos geradores a gasóleo.